Atual ocupante: Humberto Moraes Ruivo
Posse 2020
Miguel Calmon Du Pin de Almeida
Miguel Calmon Du Pin de Almeida nasceu em 1794, na vila Nossa Senhora da Purificação, hoje cidade de Santo Amaro, na Bahia. Oriundo de uma família de ricos proprietários do Recôncavo Baiano, era filho de José Gabriel de Almeida Calmon e Maria Germana de Souza Magalhães. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra em 1821 e retornou ao Brasil no auge do processo de independência. Integrou o conselho do governo provisório da província, instalado em setembro de 1822, na vila de Cachoeira, que reuniu as forças contrárias ao governo do lusitano Inácio Luís Madeira de Melo, fiel a Portugal. Proclamada a independência, foi deputado geral pela Bahia à Assembleia Geral Constituinte, dissolvida por d. Pedro I em 12 de novembro de 1823. Convocada a Assembleia Geral Legislativa, foi eleito deputado geral por quatro legislaturas (1826-1829), (1830-1833), (1834-1837) e (1838-1841), e senador pela província do Ceará (1840-1865). Assumiu diversos cargos na administração imperial, foi ministro e secretário das secretarias de Estado dos Negócios da Fazenda (1827-1829, 1837-1839 e 1841-1843) e dos Estrangeiros (1829-1830 e 1862-1864), e conselheiro de Estado (1843). Foi ministro plenipotenciário na Europa, tendo chefiado a missão que tentou obter apoio para uma intervenção militar no Prata, contra o ditador argentino João Manuel de Rosas (1844-1846). Esteve à frente da pasta dos Negócios Estrangeiros por ocasião da chamada Questão Christie, conflito entre Brasil e Inglaterra (1863) que resultou na suspensão das relações diplomáticas entre os dois países, somente reatadas em 1865. Foi agraciado por d. Pedro I com duas condecorações, a da Ordem Imperial do Cruzeiro e a da Imperial Ordem da Rosa (1829), além de membro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (de Portugal), da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro (Itália), da Ordem de Leopoldo I (Bélgica) e da Real Ordem Constantina das Duas Sicílias. Recebeu o título de visconde (1841) e marquês de Abrantes (1854). Foi autor de vários trabalhos, como Memória sobre a cultura do tabaco (1835), Memória sobre o estabelecimento de uma companhia de colonização na Bahia (1835), Ensaio sobre o fabrico de açúcar (1843), Memórias sobre os meios de promover a colonização no Brasil (1846, Berlim) e A missão especial do Visconde de Abrantes de outubro de 1844 a outubro de 1846 (1853). Morreu no Rio de Janeiro, em 1865.