Atual ocupante: Milton João de Espíndola
Luiz Catanhede de Carvalho Almeida
Luiz Cantanhede de Carvalho Almeida nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1876. Filho de José de Carvalho Almeida e Clorinda Reis de Carvalho Almeida, ambos provenientes de famílias de professores e engenheiros. Luiz Cantanhede fez os estudos primários no Rio de Janeiro, ingressando, posteriormente, no curso de Ciências e Letras do Colégio Pedro II, onde se bacharelou em 1883. Em 1896, ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se diplomaria em 1898. Antes, porém, entre 1894 e 1895, trabalhou como auxiliar técnico de topografia na Comissão Construtora de Belo Horizonte, responsável pela edificação da capital do estado de Minas Gerais, sob a direção do seu tio e futuro sogro, o Dr. Aarão Leal de Carvalho Reis. Segundo o próprio Luiz Cantanhede, foi o “melhor curso prático que já houve oportunidade de (sic) fazer no Brasil”, onde adquiriu experiências de muita valia para sua carreira como engenheiro, professor e administrador.
Casou-se em 5 de agosto de 1899 com Arminda Furtado Reis, com quem teve nove filhos: três mulheres – Zaira, Maria da Glória e Amália – e seis homens – Horácio, César, Luis, Otávio, Oscar e Plínio. Pai zeloso, segundo os seus familiares, e exemplo de profissional, segundo os seus contemporâneos, acabou por influenciar a carreira dos filhos homens, todos formados em engenharia. Como engenheiro civil trabalhou, a partir de 1909, na região sul fluminense, onde organizou e dirigiu a fábrica de fósforos Serra do Mar, em Mendes, e a Empresa Fluminense de Força e Luz nos municípios de Barra do Piraí e Vassouras. Em Barra do Piraí exerceu também as funções de engenheiro municipal e suplente de subdelegado.
Ao longo da sua trajetória, Luiz Cantanhede procurou conciliar as atividades acadêmicas e a atuação no setor privado, presidindo a Cia. Cantareira de Barcas (a partir de 1918) e representando a empresa The Great Western of Brazil Railway junto ao governo federal, além das já citadas empresas da região sul fluminense. Também em 1909, ingressou como professor substituto da cadeira de Economia Política e Portos do Mar, da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, passando à cadeira de Topografia e Astronomia em 1911, onde seria efetivado, em 1912, função que exerceria com destaque até o seu falecimento em 1940.
Em decorrência da sua experiência em topografia, participou de diversos congressos na área de transportes, destacando-se: viagens à Argentina, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Buenos Aires (1822); Peru, onde também foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Mayor de San Marcos (1824/1825); Europa, onde representou o Brasil no Congresso Mundial de Geografia na cidade de Varsóvia (Polônia) e proferiu curso na Universidade de Paris, organizado pelo Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura, quando dissertou sobre a situação da malha ferroviária no Brasil. Ambos os eventos ocorridos em 1934. Em 1938 voltaria a Paris para uma série de conferências também na Universidade de Paris.
Em 1937, foi designado para exercer a função de diretor da Escola Nacional de Engenharia (antiga Politécnica), que exerceria até a sua morte. Em seus relatórios ao ministro da educação, não poupou criticas à situação da instituição que dirigia, enfatizando, sobretudo, a falta de professores e as instalações impróprias do prédio do Largo de São Francisco, no centro do Rio de Janeiro, que abrigava a Escola desde o século anterior.
Luiz Cantanhede faleceu em 08 de fevereiro de 1940, em virtude de uma gripe, cujos primeiros sintomas se fizeram sentir já em 1934.