Posse: 2011
Cadeira: 5
Patrono: Alberto Luiz Galvão Coimbra
Luiz Bevilacqua
Engenheiro Civil, com especialização em Pontes e Grandes Estruturas (Stuttgart, Alemanha) e PhD em Mecânica Teórica e Aplicada (Stanford University, EUA), o Acadêmico Luiz Bevilacqua considera muito difícil dar seguimento ao Programa Espacial Brasileiro conforme proposto inicialmente. “O programa brasileiro completo atualmente não tem sustentação tecnológica, não dispõe de recursos adequados e fica cada vez mais distante do avanço em andamento em outros países. O programa espacial talvez tenha alguma chance no desenvolvimento de satélites artificiais caso consiga os investimentos necessários e a formação de pessoal capacitado no setor”, declara o engenheiro, que foi diretor da Agência Espacial Brasileira (AEB), entre 2003 e 2004, e ocupou também o cargo de secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) (1990-1993).
Para o desenvolvimento nacional, o Acadêmico Luiz Bevilacqua defende uma mudança de rota. A criação de um novo programa: “Operação Netuno”. “Devemos caminhar para algo novo. Explorar as riquezas armazenadas nos oceanos. Hoje, temos projetos importantes na área de produção de petróleo. Poderíamos investir para criar outros programas para pesquisar o fundo do mar e desenvolver tecnologia autóctone. Podemos avançar nessa área onde ainda há pouca pesquisa”, preconiza Bevilacqua, que ao longo de sua carreira, além de uma vasta atuação como pesquisador e gestor da área científica e tecnológica, realizou grandes obras na engenharia, na administração acadêmica e como docente afirma ter orgulho de seus orientandos.
Na Engenharia, atou no projeto de tubulações e vasos de pressão para as Usinas Nucleares de Angra, na coordenação do Projeto de Veículos de Operação Remota (Coppetec-Petrobras) e no projeto das pontes entre Assunção e Encarnação, no Paraguai, entre outros.
Como professor, ministrou aulas no Departamento de Mecânica Aplicada UFRJ e da COPPE/UFRJ, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI) e foi Professor Visitante TU Hamburg-Harburg, Alemanha. Na área de administração acadêmica, foi diretor do Departamento de Pós-Graduação da LNCC; coordenador da comissão de implantação da Universidade Federal do ABC, onde assumiu a reitoria entre 2005 e 2008. Participou do comitê de implantação do IAI Inter-American Institute for Global Change Research (1992-2002), ocasião em que comprovou a importância da interdisciplinaridade para resolver os novos desafios científicos. Destaca a grande alegria e orgulho que teve na orientação de Mestres e Doutores, que hoje se sobressaem na comunidade acadêmica.
A criação da UFABC é uma de suas realizações que lhe traz maior satisfação. Para o professor, essa universidade representa hoje o caminho para a educação do futuro. Na instituição a interdisciplinaridade é uma realidade desde o início do curso. “Essa é uma universidade nova com outro perfil. Tivemos a oportunidade de criar uma experiência, que acredito não seria possível em uma instituição já em andamento”, avalia. Atualmente, o professor, que já recebeu diversos títulos e homenagens, dedica-se à orientação de teses e à realização de palestras. Nas horas vagas, Bevilacqua, que estudou piano e jogou vôlei na juventude, aproveita para colocar a leitura em dia e ouvir música.