Jorge Daniel Riera

Posse: 2014

Cadeira: 88

Patrono: Guilherme Schuch de Capanema (Barão de Capanema)

 

Nasceu em agosto 1938, em San Miguel de Tucumán, no noroeste de Argentina, filho primogênito de Juan Riera e Elena Jiménez Brú. Após completar em Tucumán o segundo grau, Riera foi admitido na Faculdade de Engenharia da Universidade Nacional (UNT), também situada na sua cidade natal, na qual obteve o título de Engenheiro Civil.

Antes de terminar seus estudos de graduação na UNT, Riera ganhou uma bolsa do Instituto de Educação Internacional para estudar na prestigiosa Universidade de Princeton, durante o ano acadêmico de 1960-61, permanecendo lá até o segundo semestre de 1962. Neste período, Riera teve a oportunidade de estudar com autoridades internacionalmente reconhecidas da área de Matemática, Mecânica dos Solos e da Engenharia Estrutural, como Gregory Tschebotariof e Hans F. Winterkorn, com quem trabalhou como Assistente de Laboratório, bem como David P. Billington, que seria mais tarde seu orientador de doutorado.

Após retornar a Tucumán, onde recebeu o grau de Engenheiro Civil em 1963, Riera foi convidado pelo Prof. Arturo Guzmán, um dos três redatores das Normas Argentinas de concreto armado de 1962, para ingressar na Universidade de Tucumán, na função de assistente de pesquisa. Nessas circunstâncias, conjuntamente com Rodolfo Danesi, Juan Carlos Reimundin e Ramón González Saleme, Riera participou da criação do Laboratório de Estruturas da UNT, hoje um importante centro de estudos de pós-graduação, pesquisa e desenvolvimento em Mecânica Estrutural, chefiado por R. Danesi.

Envolveu-se com problemas especiais encontrados em centrais nucleares projetadas por GAI nos EUA e Japão, sendo logo responsável pelo projeto sismo-resistente das centrais japonesas da empresa. Trabalhando conjuntamente com D. Croneberger e K. Nodland, Riera projetou, o reforço das aberturas no edifício de contenção da Central Nuclear R. Ginna nos EUA, na qual foi empregado, possivelmente pela primeira vez, um modelo de elementos finitos para a análise de uma casca de concreto fissurada.

Em 1970, aceitou uma proposta da UNT para ingressar no seu corpo docente como professor associado, retomando atividades acadêmicas na Argentina no início de 1971. Nessa época, a pesquisa realizada conjuntamente com Danesi e Reimundin e posteriormente também com Roberto Cudmani, esteve dirigida principalmente a problemas de engenharia sísmica, assim como a tópicos relacionados com o comportamento não-linear de treliças espaciais. Durante dois anos, na ausência de R. Danesi, teve a seu cargo a chefia do Laboratório de Estruturas da UNT, estabelecendo uma estreita colaboração com a UFRGS em Porto Alegre, onde iniciava suas atividades em um dos primeiros cursos de pós-graduação em Mecânica Estrutural da América do Sul, o CPGEC, forte concorrente da PUC e COPPE de Rio de Janeiro, hoje também centros de excelência na área.

Em 1976 ingressou na UFRGS como professor visitante. Participou também na formação de recursos humanos dentro do denominado Programa Nuclear Brasileiro, iniciado com a construção da Central Nuclear Angra 2 no Rio de Janeiro, atuando como consultor da CNEN em conexão com risco sísmico e outros tópicos de projeto.

Atuou como professor visitante no IfM. Em 1992 Riera passou a integrar o Comitê Científico de IASSAR, a Associação Internacional de Segurança e Confiabilidade Estrutural, a qual organiza uma conferência internacional sobre o tema a cada quatro anos (ICOSSAR) em centros de excelência na área.

Participou da Conferência Internacional sobre Mecânica Estrutural na Tecnologia de Reatores (SMiRT), foi vice-presidente da Associação Internacional responsável (IASMiRT) e Presidente de SMiRT 13, Porto Alegre, Brasil, em conferência realizada pela primeira vez no hemisfério sul.