Titulares

Posse: 1994

Cadeira: 137

Patrono: Lauro Severiano Muller

 

Carmen Fridman Sirotsky

 

Graduada em Engenharia Civil, em 1957, a Acadêmica Carmen Fridman Sirotsky sempre gostou de ciências exatas e esse foi um dos motivos que a levou a escolher o curso de Engenharia. “Poucas eram as opções à época. Como me sentia atraída pelas ciências ditas exatas, como matemática e também física, e a Engenharia envolvia para mim um sentido de construção, muito forte quando se é jovem, me decidi aos 17 anos pela carreira”, conta.

O início da profissão foi como calculista nos escritórios do professor Aderson Moreira. Depois passou por grandes empresas como a Shell do Brasil e atualmente é sócia diretora da Sirotsky Empreendimentos, atuando como consultora na área de Infraestrutura de Transportes. Boa parte de sua trajetória profissional foi dedicada à área de ferrovias. O interesse pelo assunto surgiu de um convite do Ministro dos Transportes Afonso Camargo.

“Era para um trabalho junto a Central do Brasil. Isso despertou minha atenção e curiosidade para o caos dos serviços suburbanos, que eram interligados ao serviço de carga. Minha primeira tarefa foi fazer a separação física e operacional desses serviços, totalmente distintos, sendo então criada a EBTU (Empresa brasileira de Transportes Urbanos)”, lembra a engenheira, que foi a primeira mulher no Brasil a exercer a direção das Ferrovias Brasileiras.

Na Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), Carmen Sirotsky foi diretora de Patrimônio e Diretora de Engenharia, entre outros cargos. Também atuou como conselheira da Armazéns Gerais Ferroviários (Agef), da Trens Suburbanos do Estado do Rio Grande do Sul (Trensurb) e da Companhia de Trens Urbanos (CBTU).

E é com a autoridade de quem conhece bem o transporte público, que lamenta a pequena participação da rede ferroviária nos modais de transporte. “A participação do transporte ferroviário se limita a 19,5%, contra 65% de rodovias considerando as vias utilizadas para o transporte de carga”, diz, ressaltando que essa foi uma opção dos governos do País.

“A partir da criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), os governos sucessivos fizeram a opção pelo transporte rodoviário, apesar das dimensões geográficas de nosso país. Embora as implantações da infraestrutura ferroviária e do material rodante sejam mais onerosas os ganhos sociais e econômicos são incomparavelmente superiores. Para grandes massas a grandes distâncias não há como prescindir do transporte ferroviário. A situação atual de nossas rodovias, o estrangulamento das exportações e o caos no transporte urbano são demonstrações do nosso equívoco histórico”, lembra a especialista, que fez diversos cursos no Brasil e no exterior. Entre eles: Construção de Estradas; Mecânica dos Solos; Pontes e Grandes Estruturas; Engenharia Econômica; Finanças; Business Administratin (University of California); Transportes; e Análise e Implantação de Projeto. Carmen Sirotsky também recebeu condecorações como a Medalha do Mérito Ferroviário e a Medalha Paulo de Frontin.