Atual ocupante: Alan Paes Leme Arthou
Posse: 2011
Carlos Braconnot era filho de pais franceses: Jean Joulien Braconnot e Marthe Dutel Braconnot, chegados ao Brasil em fins do primeiro reinado imperial e nasceu no Rio de Janeiro a 9 de dezembro de 1831. Com 15 anos de idade, matriculava-se, em 2 de março de 1847, na Academia de Marinha.
Em 17 de dezembro de 1849 era Braconnot promovido a Guarda Marinha. Braconnot começou suas atividades no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro em 1852. Neste ano, foi Braconnot mandado à Inglaterra, onde deveria demorar três anos para instruir-se na construção de máquinas a vapor. Fêz seus estudos nas oficinas de John & Sons, tendo sido prorrogada por mais um ano sua estadia no estrangeiro.
Em 1859, foram seus serviços requisitados pelo Ministério dos Negócios do Império para dirigir por dois meses as oficinas da Estrada de ferro D. Pedro II, hoje Central do Brasil. Voltando à Marinha em 1860, ao encargo de ajudante da oficina de máquinas, coube-lhe também o professorado da Escola de Maquinista instalada no Arsenal e ainda os trabalhos da montagem do farol de Santa Bárbara nos Abrolhos. Em 3 de dezembro de 1863 estava feito Diretor das Oficinas de Máquinas.
Recebeu a condecoração da legião de Honra da França que lhe foi outorgado em 30 de março de 1864; a Ordem de S. Benta e Aviz, no grau de cavalheiro, em 9 de maio de 1866; a promoção a Comendador da Ordem de Cristo em 10 de outubro do mesmo ano e, por fim, a promoção a Capitão Tenente por serviços de guerra em 21 de janeiro de 1867.
Fez parte da comissão nomeada para estudar as modificações trazidas à arte naval pelos combates travados entrei navios federados e confederados nos Estados Unidos.
Foi importante no século XIX na Guerra do Paraguai na construção de navios protegidos por couraça contra impacto de projetil lançado por canhão. Encouraçados de pequeno calado, a hélice e se possível com duas máquinas para auxiliar o comando do leme. Juntamente com Napoleão Level projetou o Tamandaré, o primeiro navio encouraçado construído na América do Sul. Seguiram-se o Barroso e o Rio de Janeiro.
Braconnot tornou-se notável nos meios técnicos nacionais, por ter conseguido, sem auxílio de prensa hidráulica, inexistente no Brasil, dobrar as couraças dos encouraçados e monitores e para estes dar-lhes a forma cilíndrica em duas faces das torres.
Carlos Braconnot, pouco depois de aposentado e após dois anos de permanente moléstia, veio a falecer em Paris em 1882, com apenas 51 anos de idade. Em 1883, seus restos mortais foram transladados para o Brasil e sepultados no cemitério de S. João Baptista no Rio de Janeiro.
Fonte: Revista Marítima Brasileira. 1960. NAPOLEÃO LEVEL E CARLOS BRACANNOT (Construtores Navais do Império). Juvenal Greenhalgh. PP 87-109.