Posse: 1993
Cadeira: 163
Patrono: Mário Savelli
O Acadêmico Alfredo Mário Savelli, professor titular de Urbanismo da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que a solução para os problemas de mobilidade nas grandes cidades está fundamentalmente no sistema de transportes sobre trilhos – metrô – e no caso do Estado não dispor de recursos suficientes, na parceria com o setor privado.
“O Estado deve delegar a concessão do serviço público para a iniciativa privada. Assim, foi resolvido de forma satisfatória o sistema de telecomunicações no Brasil – o que viabilizou a internet”, que é engenheiro civil e industrial, mestre em Engenharia Civil e doutor em Arquitetura e Urbanismo e conhece bem as dificuldades enfrentadas pelo setor público.
O engenheiro foi Secretário Municipal das Administrações Regionais, Secretário de Serviço e Obras e Secretário de Infraestrutura de São Paulo e presidente da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (Emurb), entre 1997 e 1999, além de ter atuado em diversas empresas de engenharia.
“O principal centro de negócios do Hemisfério Sul – São Paulo – apresenta desde o deslumbramento de uma metrópole moderna ao caos da miséria humana. Administrar os serviços públicos, um sistema viário insuficiente e sua infraestrutura, o uso e ocupação do solo urbano, ordenar o comércio, impedir invasões, controlar áreas de risco contra escorregamento de solo e inundações, com a insuficiência de recursos para propiciar o indispensável mínimo atendimento de qualidade de vida para a população, se constitui em importante campo para a atuação da engenharia”, afirma com sua vivência de administrador público municipal.
Para além das questões estruturais, Acadêmico Alfredo Savelli ressalta que o desenvolvimento do país passa pela ética e pela cidadania e que cada indivíduo deve fazer sua parte. “Cada um deve respeitar o bem público e o privado. É preciso punição severa para os invasores e destruidores de propriedades públicas e privadas, e veículos coletivos”, diz o engenheiro.
A atuação dos governantes é criticada pelo engenheiro que vê na coerência e na moral o caminho para o desenvolvimento: “Quando há desmandos da administração pública na gestão de obras e serviços, os esforços despendidos pelos engenheiros, com sua experiência e competência na realização de bons produtos e serviços, são injustamente desmerecidos. Há ainda o risco de que a tão necessária correção de rumo de nosso País continue a ser focada na burocracia, quando a solução está em mais racionalidade e ética, portanto, em mais engenharia”.
Para ele, caso entidades como a ANE e outras congêneres fossem mais consultadas, como ocorria no passado, e tivessem seus pareceres adotados pelos governantes, o Brasil não teria perdido o rumo, portanto, estaríamos vivendo bem melhor.