Comitê de Ensino debate deficiência dos cursos de Engenharia no Brasil

Por Andréa Antunes Setembro 25, 2020

(Comitê de Ensino debate deficiência dos cursos de Engenharia no Brasil

Publicado em 26/07/20

O Comitê Permanente de Ensino iniciou suas atividades. Coordenador do grupo, Paulo Alcântara Gomes definiu o nome dos membros do comitê e realizou o primeiro encontro no dia 15 julho para discutir uma proposta de trabalho. Fazem parte do grupo os Acadêmicos: Alan Arthou, Acher Mossé, Alcir de Faro Orlando, Carlos Alberto Serpa, Edival Ponciano, Francis Bogossian, Luiz Bevilacqua, Luiz Carlos Scavarda do Carmo de Oliveira, padre Pedro Ferreira, Vahan Agopian e Walter Manheimer.

Após o primeiro encontro ficou claro que, apesar da recente aprovação das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Engenharia (foram aprovadas em junho deste ano) – as coisas não caminham bem. Há um consenso entre os participantes de que é preciso mudar e existem muitas questões a serem trabalhadas. O excesso de disciplinas, de aulas expositivas, o número reduzido de professores com prática profissional e o currículo engessado foram alguns dos problemas mencionados.

“Nossa primeira reunião teve como foco levantar pontos em que há deficiência. Percebemos necessidade de mudanças em vários aspectos”, disse Paulo Alcantara complementando: “as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Engenharia já necessitam de revisão”, disse. Os Cursos Superiores de Tecnologia em Engenharia também foram lembrados pelo coordenador. “Eles estão desajustados e transformaram-se mais em cursos de gestão”, lamentou Paulo Alcântara.

O Acad. Luiz Bevilacqua defendeu a necessidade de estimular a criatividade e reduzir a aversão ao risco dos estudantes. “Eles devem aprender a andar com suas próprias pernas, devem poder escolher sua trajetória acadêmica”, disse, criticando a estrutura engessada dos cursos. “Todo currículo, particularmente hoje, deve ser flexível capaz de ser revisto com presteza e deve ser diferente para as diversas regiões do Brasil”, disse, destacando ainda que é preciso valorizar o engenheiro técnico.

O Acad. Vahan Agopyan, reitor da USP, pontuou que acha fundamental repensar os currículos permitindo que a escola de engenharia interaja com outras áreas. “Temos ciência que hoje não preparamos bem. É preciso pensar o que é um bom curso de engenharia para o século XXI. A resposta não existe, mas temos que discutir, inovar”, afirmou.O Acad. Acher Mossé lembrou que para ter sucesso na formação é preciso haver uma mudança de requisitos e uma nova organização dos cursos. Andréa Antunes2020-11-26T15:56:58-03:00 )