Jaime Rotstein (In memoriam)

Posse: 1991
Falecimento: 2019
Cadeira: 179
Patrono: Paulo de Frontin

O amor à pátria e à Engenharia foram o combustível que impulsionaram o engenheiro civil e de portos e telecomunicações Jaime Rotstein a construir uma carreira dedicada ao interesse público. Ainda estudante, Jaime mostrou preocupação com as questões políticas e sociais que afligiam o Brasil. Na busca por um país mais igual, participou de mobilizações sociais e discussões políticas.

Também preocupado com os interesses da Engenharia nacional, liderou no final da década de 60 a campanha de valorização do setor e publicou o livro “Em Defesa da Engenharia Brasileira”, que serviu de base para o decreto que fundamentou a categoria.  “Percebia que a Engenharia nacional não era tratada com a seriedade que merecia. Tínhamos bons profissionais, mas sempre contratavam empresas estrangeiras para grandes projetos. Era preciso mudar essa realidade. O governo brasileiro não apoiava as empresas nacionais”, contou o engenheiro.

Empreendedor por natureza, Jaime Rotstein decidiu criar sua própria empresa e, em 1954, fundou a Sondotécnica, onde foi diretor-presidente. Com dedicação total de seu fundador, a empresa desenvolveu grandes projetos como o gerenciamento das obras da implantação da concessão rodoviária da Linha Amarela, no Rio de Janeiro, a expansão do Porto de Recife, em Pernambuco, o projeto da usina hidrelétrica de Chapecozinho, em Santa Catarina, e o projeto executivo da barragem Sanjuan, na República Dominicana, entre outros.

Referência no setor, Jaime recebeu várias medalhas e títulos. Foi diplomado pela Escola Superior de Guerra (ESG), foi membro da Comissão Nacional de Energia, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, da Academia Nacional de Agricultura e do Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro S.A.(Petrobras) e da BR-Petrobras Distribuidora. Recebeu o diploma de Pioneiro no Álcool Carburante, pelo Instituto de Engenharia de SP e realizou diversas conferências.

Mas a Engenharia não foi o único interesse, de Jaime Rotstein que teve na leitura um de seus passatempos preferidos. “Leio de tudo um pouco, mas gosto de livros de História. É o que me apaixona e por isso sou amigo íntimo de Napoleão”, brincava o engenheiro, que ao longo de sua trajetória uniu a caminhada como cidadão e como engenheiro. “Qualquer brasileiro que tenha o privilégio de cursar o ensino superior tem o dever de levar a sério sua formação e sua responsabilidade em relação ao país que vive”, afirmava.