A Academia Nacional de Engenharia (ANE) elegeu sete novos acadêmicos para o seu seleto grupo de Membros Titulares. São eles, em ordem alfabética, Celso Ferreira, Eduardo Antônio Barros da Silva, Flavio Grynszpan, Maria do Carmo Martins Sobral, Marly Monteiro de Carvalho, Romildo Dias Toledo Filho e Ronaldo Tadeu Pena.

Todos os selecionados foram ratificados em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), após análise das Comissões de Seleção e de Ética. A posse dos novos Membros Titulares será realizada no dia 17 de abril de 2023, no Rio de Janeiro.

“É uma alegria receber esses novos colegas. Eles vão ingressar em nossa Academia devido à enorme competência profissional. Tenho certeza de que têm muito a contribuir com a ANE e com o desenvolvimento nacional”, disse Francis Bogossian, presidente da Academia Nacional de Engenharia.

O ingresso na Academia é feito por indicação dos membros titulares que enviam os nomes, junto com uma breve apresentação do indicado, para o Presidente. Em seguida, a relação é encaminhada para a Comissão de Seleção que avalia os currículos e seleciona os novos membros, a partir de critérios pré-estabelecidos. Os nomes selecionados são submetidos à Comissão de Ética, que faz uma nova análise dos futuros membros e encaminha a lista, com suas recomendações, para aprovação em Assembleia Geral Extraordinária.

Atualmente, a ANE conta com 193 membros titulares distribuídos por todas as regiões do País e cerca de 10 membros correspondentes, que moram ou nasceram no exterior. São doutores, pesquisadores, personalidades com reconhecido desempenho profissional e influência nas áreas de ensino, pesquisa, projetos, construção, atividades industriais e de serviços, entre outras.

Os eleitos:

Celso Ferreira – prestou por 50 anos ininterruptos importantes serviços para o sistema elétrico nacional. Na Eletrobrás ocupou todos os cargos de carreira, tendo sido chefe do departamento de planejamento e operação energética e coordenador do GCOI. Ao sair da Eletrobras, assumiu a diretoria de operações de Furnas onde permaneceu por 12 anos, tendo sido também presidente da empresa. Em Furnas, foi responsável pela operação de todo o sistema de geração e transmissão da companhia, mas também pela comercialização de cerca de 42% da energia do Brasil. Após, assumiu a vice-presidência e a diretoria de engenharia da CEMIG onde dirigiu a construção de oito usinas hidrelétricas. Encerrou sua carreira como diretor-geral da construção da hidroelétrica Teles Pires que é uma das dez maiores usinas do Brasil.

Eduardo Antônio Barros da Silva é o mais influente brasileiro na área de processamento de imagens no exterior. Engenheiro eletrônico no Instituto Militar de Engenharia (IME), Brasil, em 1984, Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ) em 1990 e Ph.D. em Eletrônica na Universidade de Essex, Inglaterra, em 1995. Em 1985 trabalhou como engenheiro para o Departamento de Comunicação de Dados da EMBRATEL. Em 1986 trabalhou com engenheiro na IBM Brasil, fábrica Sumaré. Em 1987 e 1988 trabalhou no Departamento de Eletrônica do Instituto Militar de Engenharia. Desde 1989 é professor do Departamento de Eletrônica da Escola de Engenharia da UFRJ. Desde 1996, é também professor do Programa de Engenharia Elétrica da COPPE/UFRJ.

Flávio Grynszpan é formado em engenharia pela UFRJ e doutor pela Universidade da Pensilvânia. No Brasil tornou-se professor no Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ. Sua característica fundamental sempre foi a transformação do conhecimento em produtos: a inovação. Coordenou a COPPETEC por doze anos quando a COPPE teve seu primeiro grande projeto de exploração de petróleo no mar, início do avanço da Petrobras em rumo ao mar profundo. Em 1988, saiu da COPPE para presidir a Motorola do Brasil. Lá fez grandes avanços como a criação da fábrica de telefones celulares e rádios. Na FAPESP atuou na aceleração de startups. Criou o Instituto iCorps do Brasil cujo objetivo básico é atuar na área de Inovação, através da criação, capacitação e aceleração de 75 startups inovadoras, surgidas no meio acadêmico.

Maria do Carmo Martins Sobral  é uma engenheira a frente de seu tempo, atuando desde a década de 70 tanto na academia, como na gestão e assessoria de órgãos públicos e consultoria na área de tecnologia ambiental de recursos hídricos, abrindo espaços para valorização feminina no mercado da Engenharia Civil e Ambiental. Possui experiência na elaboração de planos diretores, projetos de saneamento, estudos de avaliação de impactos ambientais, governança ambiental, adaptação às mudanças climáticas e prestação de serviços ecossistêmicos. Formadora de recursos humanos e coordenadora de projetos de pesquisa e extensão. Exerce liderança, capacidade de articulação interinstitucional e atuação internacional. Tem intensa produção científica e tecnológica em impactos ambientais, saneamento, qualidade água, gestão de bacias hidrográficas e indicadores de sustentabilidade.

Marly Monteiro de Carvalho é referência internacional em sua área de pesquisa, figurando nos ranks internacionais publicados recentemente, como Research.com e Updated science-wide author databases, que destacam os pesquisadores que estão entre os 2% melhores em seu subcampo de pesquisa. Além disto, a docente já formou mais de 36 pesquisadores (mestres e doutores), publicou 14 livros e mais de 219 artigos em periódicos acadêmicos. A docente é professora titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, onde é chefe do Departamento de Engenharia de Produção (PRO) e coordena o Laboratório LGP/USP e o Curso de Especialização em Gestão de Projetos, o grupo de pesquisa Qualidade e Engenharia de Produto do CNPq e um laboratório dedicado à sustentabilidade e economia circular.

Romildo Dias Toledo Filho é membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, Pesquisador 1A do CNPq e Cientista do Nosso Estado – FAPERJ. É Professor Titular do Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ, Diretor da COPPE, Coordenador do Núcleo de Materiais e Tecnologias Sustentáveis, Coordenador Executivo do Centro Brasil-China de Mudanças Climáticas e Vice-presidente da Associação Brasileira de Materiais e Tecnologias não Convencionais. Já coordenou mais de 70 projetos de P&D&I e mais de cem projetos tecnológicos. Atua nas áreas de materiais compósitos cimentícios de baixo impacto ambiental, compósitos cimentícios avançados, materiais para eficiência energética, análise de ciclo de vida (ACV), reaproveitamento de resíduos.

Ronaldo Tadeu Pena  tem uma carreira notável como professor, pesquisador e gestor. Foi Chefe do Departamento de Engenharia Eletrônica e Diretor da Escola de Engenharia da UFMG. Após seu doutorado em Engenharia Elétrica na Universidade do Texas em Austin, teve papel crucial no fortalecimento das engenharias da UFMG. Liderou a criação do curso de Engenharia de Controle e Automação na Universidade. Presidiu a Sociedade Brasileira de Automática e duas edições do Congresso Brasileiro de Automática. Entre 2000 e 2010, foi Pró-reitor de Planejamento e depois Reitor da UFMG. Durante seu período na Reitoria construiu no Campus Pampulha, dentre outros prédios, o complexo da Escola de Engenharia que tem 65.000 m2 de área construída. Implantou e presidiu o Parque Tecnológico de Belo Horizonte. Apoiou várias empresas emergentes e, com recursos de agências, viabilizou a instalação no BHTec do Centro de Tecnologia em Nanomateriais de Carbono e do Centro de Tecnologia em  Vacinas da UFMG.