Eugênio Foresti

Posse: 2015
Cadeira: 54
Patrono: Domingos Capacci

Graduou-se em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, em 1970. Ingressou na CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em janeiro de 1971 e demitiu-se em maio para ingressar no recém-criado Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos, em nível de mestrado. Ingressou como Auxiliar de Ensino no Departamento de Hidráulica e Saneamento em março e concluiu o mestrado em outubro de 1972.

Participou da estruturação do programa de doutorado, aprovado pela Universidade de São Paulo ao final de 1975. Concluiu o doutorado em 1982, e passou a orientar alunos de mestrado. Na época, a utilização de processos anaeróbios para tratamento de águas residuárias era incipiente, mesmo nos centros mais desenvolvidos do mundo. Iniciou linha de pesquisa em processos anaeróbios, motivado pelas condições climáticas favoráveis do Brasil, que tornam os processos de tratamento de águas residuárias menos dispendiosos e ambientalmente mais sustentáveis que os aeróbios, por resultarem em menor consumo de energia e menor produção de lodo biológico excedente.

Em 1984 e 1985, desenvolveu programa de Pós-Doutorado na University of Newcastle Upon Tyne, Inglaterra, iniciando linha de pesquisa sobre reatores anaeróbios de manta de lodo (UASB) naquela Universidade. A continuidade dessa linha de pesquisa naquela Instituição propiciou a formação de vários doutores, três deles brasileiros, hoje pesquisadores de universidades federais. Em 1987, obteve o título de livre-docente pela Escola de Engenharia de São Carlos e, em 1991, foi aprovado no concurso de Professor Titular, último estágio da carreira acadêmica na USP. No mesmo ano, teve projeto de formação de grupo de pesquisa em processos anaeróbios financiado pelo Programa BID-USP e a seguir, apresentou Projeto Temático à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre desenvolvimento de reatores anaeróbios para tratamento de águas residuárias.

A equipe de projeto incluía engenheiros civis, engenheiros químicos e engenheiros mecânicos, além de pesquisadores da área de microbiologia. Valorizou-se a participação de pesquisadores de diferentes formações, dada a complexidade dos processos anaeróbios, principalmente no que diz respeito à microbiologia e à bioquímica. Atualmente, coordena o quarto Projeto Temático da FAPESP na área de processos biológicos de tratamento de águas residuárias, que tem a participação de cinco grupos de pesquisa de três instituições (dois da USP, dois da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), e um do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia)). Os financiamentos obtidos, principalmente através dos projetos temáticos da FAPESP, mas também do CNPq, permitiram montar o Laboratório de Processos Biológicos, que dispõe de excelente infra-estrutura de pesquisa na área.

No período de 1999 a 2003, foi Diretor da Escola de Engenharia de São Carlos e, como membro do Conselho Universitário, foi eleito para integrar a Comissão de Legislação e Recursos. Foi membro do CA – Engenharia Ambiental do CNPq por dois períodos em épocas distintas e Coordenador de Engenharias I da CAPES. Atualmente, é membro da Coordenação de Engenharia da FAPESP. Participou como consultor da FINEP nos dois últimos editais do PROSAB – Tema 2 – Esgotos. É um dos editores do periódico Engenharia sanitária e ambiental e membro do Editorial Board do periódico Reviews in environmental science and bio/technology.