Sandoval Carneiro Junior

Posse: 2011
Cadeira: 69
Patrono: Fernando Lobo Barbosa Carneiro

Nascido em João Pessoa (PB), Sandoval Carneiro Junior mudou-se para Currais Novos (RN) aos 4 anos de idade. Dois anos depois foi para Recife (PE). Morou em Ouro Preto (MG) e na década de 1960 chegou a São Paulo onde iniciou sua produtiva carreira na área de Engenharia, profissão que escolheu por influência do pai. “Fiz a escolha não por vontade dele, mas pelo exemplo. Ele foi um Engenheiro de minas, formado em Ouro Preto, e desenvolveu uma carreira extensa trabalhando inicialmente para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Campina Grande (PB). Foi reconhecido como profissional competente e creio que esta admiração das pessoas por ele me animou a adotar a Engenharia”, lembra.

Sandoval Carneiro Jr. optou pela área de Engenharia Industrial Elétrica e se formou pela Faculdade de Engenharia Industrial da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Com o diploma nas mãos, o engenheiro foi para o Rio de Janeiro e obteve o título de Mestre em Ciências da Engenharia Elétrica da COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro e iniciou sua história com a Universidade. Prosseguiu os estudos na Inglaterra, onde recebeu o título de PhD in Electrical Engineering pela University of Nottingham).

De volta ao Brasil, exerceu diversos cargos administrativos, incluindo o de Diretor da COPPE/UFRJ, Diretor-Geral e Diretor de Relações Internacionais da Capes e diretor adjunto de ensino e cultura da Escola Politécnica da UFRJ. Foi Professor Visitante na University of British Columbia, Vancouver, Canadá. Em 1998, foi admitido na Ordem Nacional do Mérito Científico na categoria de Comendador; em 2004, foi promovido à categoria de Grã-Cruz da Ordem. Recebeu diversas homenagens e condecorações, como a Medalha Capes 50 anos, o Prêmio Anísio Teixeira, a Medalha de Honra da Inconfidência, e a Friendship Medal pela Universidade de Münster, Alemanha. Em 2012, foi eleito Professor Emérito da UFRJ e em 2015 recebeu o título de Engenheiro Eminente pela Associação dos Antigos Alunos da Politécnica. De Setembro de 2011 a Dezembro de 2020 trabalhou na Gerência de Tecnologia e Inovação da Vale SA, onde exerceu inclusive a função de Diretor-Executivo (Pró-Reitor) da Associação Instituto Tecnológico Vale.

Entre os desafios que enfrentou na carreira, o engenheiro destaca a mudança para o Rio de Janeiro e a direção da Coppe/UFRJ como pontos marcantes. “A vinda para o Rio, para fazer o Mestrado na UFRJ, foi uma mudança muito radical na forma do aprendizado, já que o curso exigia muito trabalho individual e dedicação completa ao estudo. Foi um aprendizado muito importante para minha carreira acadêmica. Já na gestão da Coppe/UFRJ foram quatro anos de muitas dificuldades devido à mudança na política de apoio da Finep, de onde vinha a principal fonte de apoio da Coppe, pois financiava os salários e verbas para pesquisa. Esta fase coincidiu com o período da hiperinflação, agravando as dificuldades”, lembra.

Ao longo de sua carreira como professor, ministrou cursos na graduação e na pós-graduação e orientou alunos de mestrado e doutorado. Publicou mais de uma centena de artigos científicos em periódicos indexados e em conferências no Brasil e no Exterior. Participou de diversos projetos de P&D para empresas como Furnas, Petrobrás, ONS, Light e Ampla, entre outras.

Para Sandoval Carneiro Jr., apesar do tardio desenvolvimento do Ensino Superior no Brasil, o país logrou um progresso considerável na organização das universidades públicas e outras instituições. “Hoje o Brasil se encontra no 13° lugar na publicação de artigos científicos nos melhores periódicos da ciência. Diversas instituições ajudaram o Brasil a desenvolver tecnologias avançadas nas áreas de petróleo em águas profundas e agora no pré-sal, na indústria aeronáutica e em alguns outros setores. Apesar de todas as dificuldades atuais, entendo que o Brasil irá conquistar maior capacitação industrial, complementando assim sua liderança no agronegócio”, diz o professor, que nas horas vagas gosta de ler livros e jornais, caminhar na Floresta da Tijuca, observar aves, passear no Jardim Botânico e fazer exercícios.