Carmen Velasco Portinho

Posse: 1991
Falecimento: 2001
Cadeira: 45
Patrono: César de Sá Rabello

Engenheira e militante feminista brasileira nascida em Corumbá, Estado do Mato Grosso, a primeira mulher formada em Urbanismo no Brasil, ativista da organização do movimento sufragista, militando em prol da conquista da cidadania das mulheres e do reconhecimento profissional das mulheres.

Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 4 anos de idade. Cursou engenharia, e ainda estudante, começou a dar aulas no Colégio Pedro II (1925), apesar de ser protagonista de um verdadeiro escândalo, ou seja, uma mulher ministrar aulas em um internato masculino.

Tornou-se (1926) na terceira mulher a se formar em engenheira no país e conquistou o título de urbanista (1939), após concluir curso de pós-graduação na extinta Universidade do Distrito Federal. Antes criara a criou a Associação Brasileira de Engenheiras e Arquitetas (1937) e começou a trabalhar na Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura do Distrito Federal, onde, por ser mulher, passou por sérias discriminações para ser promovida.

Como técnica de engenharia na prefeitura do Distrito Federal, permaneceu até a aposentadoria (1959), chegando a diretora do Departamento de Habitação Popular do Distrito Federal. Pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial (1944) recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para conhecer as experiências realizadas na Inglaterra sobre habitação popular junto às comissões de reconstrução e remodelação das cidades inglesas destruídas pela guerra, o que lhe abriu novos horizontes.

Ao fim da guerra viajou a Paris para encontrar-se com Le Corbusier no estúdio da Rue de Sèvres recém reaberto. De volta ao Brasil, tornou-se diretora do Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Distrito Federal (1947). Foi fundadora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, participou de sua construção e foi sua diretora (1952-1967).

Foi assessora especial do Centro de Tecnologia e Ciência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Faleceu no Rio de Janeiro, aos 98 anos, no dia 25 de julho, vítima de falência múltipla dos órgãos. Pioneira, previu a construção de Brasília 20 anos antes de Juscelino Kubischek idealizá-la. Em defesa dos direitos das mulheres propunha a não adoção do nome do marido ao se casarem e atuou na Federação Brasileira pelo Progresso Feminino desde sua fundação.

Casimiro Montenegro Filho

Posse: 1994
Falecimento: 2000

O Marechal-do-Ar Casimiro Montenegro Filho (Fortaleza, 29 de outubro de 1904 — Petrópolis, 26 de fevereiro de 2000), filho de Casimiro Ribeiro Brasil Montenegro e de Maria Emília Pio Brasil, foi pioneiro do Correio Aéreo Militar (CAM) e criador do ITA e CTA. É patrono da Área de Engenharia da FAB e da Academia Nacional de Engenharia e um dos patronos do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica – INCAER.

Ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em 1923, sendo declarado Aspirante-a-Oficial do Exército em 1928, na primeira turma da Arma de Aviação Militar da Escola de Aviação Militar, que apenas se iniciava no Campo dos Afonsos.

Em 12 de junho de 1931, realizou o vôo inaugural do Correio Aéreo Militar (CAM), que veio a se tornar posteriormente o Correio Aéreo Nacional – CAN.

No posto de Major do Exército, frequentou a primeira turma do curso de Engenharia Aeronáutica na antiga Escola Técnica do Exército – EsTE, atual Instituto Militar de Engenharia – IME, onde se graduou em dezembro de 1941, ano em cujo início havia migrado para a Força Aérea Brasileira, no processo de criação do Ministério da Aeronáutica (atual Comando da Aeronáutica).

Em 1943, já como Tenente-Coronel, assumiu a subchefia da Diretoria de Material da Aeronáutica e a subdiretoria de Técnica Aeronáutica, ocasião em que foram concebidas e postas em prática as ideias que culminariam na criação do ITA e CTA.

Poucos anos depois, em 1947, ainda no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, deu início às atividades acadêmicas do ITA na sala 405-A da própria EsTE e, posteriormente, em instalações localizadas em prédios do Ministério da Aeronáutica, na Ponta do Calabouço, próximas ao Aeroporto Santos Dumont.

Caspar Erich Stemmer

Posse: 1991
Falecimento: 2012
Cadeira: 90
Patrono: Henrique Charles Morize

Filho de Caspar Henrique Stemmer e Wally Cordélia Stemmer.Casou com Helena Amélia Oehler Stemmer em 15 de maio de 1955.Foi diretor do Centro Tecnológico, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica e reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de 1976 a 1980. Foi fundador e presidente da Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC).

Foi ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, de 20 de janeiro de 1994 a 1 de fevereiro de 1995.

Cidadão honorário de Florianópolis, título concedido em 1999. A Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (Fapesc) criou o Prêmio Professor Caspar Erich Stemmer da Inovação em Santa Catarina em sua homenagem. Foi sepultado no Cemitério Jardim da Paz de Florianópolis.

Cirus Macedo Hakemberg (Membro Fundador)

Posse: 1991
Falecimento: 1998
Cadeira: 6
Patrono: Alberto Santos Dumont

Um dos responsáveis pela área de Termofluidodinâmica da COPPE ter começado a tomar forma, em 1965, quando defendeu a tese de mestrado sobre “Transferência de Calor em Bolhas”. Fez doutorado na Universidade da Flórida e quando voltou, montou o Laboratório de Termofluidodinâmica.

Exímio matemático, aplicava a matemática à transferência de calor. Integrou o Projeto Coares, uma iniciativa do Finep para estimular pesquisas sobre energia solar. Processos de combustão é outro tópico que despertava o seu interesse.

Integrante do grupo pioneiro do PEQ, Cirus fez na década de 1960 o registro acadêmico da COPPE, o que significou montar um conjunto de procedimentos para organizar o fluxo de informações de professores e alunos, estruturar o relacionamento das diversas comissões com a estrutura central, definir o funcionamento dos cursos etc.

Orientou mais de 27 testes de mestrado e cinco de doutorado. Foi também formador de professores de Engenharia Química. Em 1997 se aposentou e morreu em 2000.

Clara Perelberg Steinberg (Membro Fundador)

Posse: 1991
Falecimento: 2015
Cadeira: 9
Patrono: Edwiges Or’Neil

Engenheira Civil formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também se especializou em engenharia industrial e econômica. Foi responsável pela construção de um centro comunitário na Rocinha, no Rio, de um centro cultural no Colégio Pedro II e pela recuperação da Oficina de Artes Maria Tereza Vieira, também no Rio, que oferece a crianças, jovens e adultos cursos de artes visuais, arte educação, música e cultura.

Aprovada em 1º lugar no vestibular da Escola Nacional de Engenharia – entre 400 candidatos, apenas cinco eram mulheres – foi uma das pioneiras na carreira. Cursou engenharia química e civil e teve seu primeiro emprego numa fábrica de tintas. Fundou em 1948, com o marido e também engenheiro Jacob Steinberg, a Servenco Serviços de Engenharia Continental.

Foi escolhida uma das 10 mulheres do ano na especialidade engenharia, em 1977, e recebeu o título de Cidadã Benemérita do Rio de Janeiro em 1982, sendo citada no livro Mulher – Cinco Séculos de Desenvolvimento na América, capítulo Brasil, e no dicionário Mulheres do Brasil – De 1500 até a Atualidade. Na Associação Comercial do Rio de Janeiro há mais de 30 anos, Clara tomou posse como diretora convocada, sempre caminhando de mãos dadas com o desenvolvimento econômico e social do Estado.

Em 1997, criou o Instituto Rogério Steinberg (www.irs.org.br) que já prestou mais de 20 mil atendimentos a crianças e jovens carentes da rede pública e de instituições beneficentes de ensino. Entre várias atividades, são oferecidas aulas de música, dança, informática, artesanato e desenho.

Com atuação marcante na Associação Promotora de Estudos de Economia (Apec), no Sindicato da Indústria da Construção Civil no Rio (Sinduscon-RJ) e na Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), quando na presidência da Servenpla S/A e Servenpla RDB S/A, foi fundadora e presidente do Conselho Deliberativo do Banco da Mulher.