Benjamin Ernani Diaz

Posse: 1994
Cadeira: 194
Patrono: Telêmaco van Lagendonck

A inovação tecnológica é uma marca na carreira do engenheiro civil Benjamin Ernani Diaz. Especialista em estruturas de concreto protendido, pontes e usinas nucleares, ele revolucionou a engenharia de pontes do Brasil, com a introdução no país de uma nova tecnologia mais moderna de colagem de aduelas, no projeto da Ponte Rio-Niterói. É dele também a iniciativa de utilizar pela primeira vez computadores na engenharia civil no Brasil. “Isso foi em 1968. Organizei o primeiro escritório de engenharia civil com computadores para efetuar cálculos do projeto da Ponte Rio-Niterói na firma Noronha Engenharia. Ter feito um projeto extremamente moderno para a Ponte Rio-Niterói possibilitou o desenvolvimento tecnológico na área de pontes do Brasil. Ainda hoje o projeto é muito moderno”, lembra.

O Acadêmico Benjamin Diaz também foi chefe de projeto da Usina Nuclear de Angra 2, um dos maiores projetos estruturais já realizado no país, onde tornou-se um dos maiores usuários de computador na engenharia civil da América do Sul.  Com o fim do projeto da Usina de Angra 2, enveredou pela carreira acadêmica ao tornar-se professor titular da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na instituição foi Chefe de Departamento de Estruturas e ocupou, por quatro anos, o cargo de Prefeito da Cidade Universitária. Nesse período, implantou o projeto de telefonia digital na Cidade Universitária, participou de projetos de urbanismo, asfaltamento e do reflorestamento da Ilha, tornando-se um dos principais especialistas em figueiras nativas do país. “Como fiz o reflorestamento da Ilha da Cidade Universitária, pesquisei muito sobre o assunto e me interessei pelo tema”, diz o engenheiro, que publicou, junto com Jorge Pedro Carauta, o livro “Figueiras no Brasil”, que traz em detalhes a descrição de cinquenta espécies de figueiras nativas e exóticas, com fotos ilustrativas feitas pelo engenheiro.

A escolha pela Engenharia é explicada pela afinidade com as matérias exatas, como Matemática e Física. Após a graduação, Benjamin Ernani Diaz foi para Alemanha, onde morou por quatro anos e obteve o grau de Doktor-Ingenieur pela Universidade Leibniz de Hannover, Alemanha.

O engenheiro é autor e coautor de mais de 100 artigos publicados na área de Engenharia de Estruturas civis e autor de diversos programas de computador em Engenharia de Estruturas em Fortran, Pascal e C++.  Entre os projetos em que participou estão a Ferrovia do Aço e a Ponte Bernardo Goldfarb, em São Paulo.

Atualmente, é Professor Emérito da UFRJ e diretor técnico da Serviços de Engenharia B. Ernani Diaz Ltda, onde trabalha como consultor de projetos de pontes e edificações nucleares. Presentemente atua como consultor do projeto das estruturas da Central Nuclear de Angra 3, da Ponte Estaiada da Barra da Tijuca para a Linha 4 do metrô, do Rio de Janeiro, e das edificações nucleares do Labgene da Marinha do Brasil em Iperó, SP.

Recebeu a Medalha do Mérito Profissional agraciado pelo CREA-RJ (1999), a Medalha do Mérito conferida na 56ª Semana Oficial de Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, pelo CONFEA, Natal- Rio Grande do Norte (1999), entre outras distinções.

Trabalhar é o passatempo preferido do Acadêmico Benjamin Ernani Diaz que ocupa-se todos os dias. Além de engenharia, o Acadêmico estudou piano, violino e fotografia; é piloto civil e gosta de arquitetura, artes, medicina e música erudita e, sempre que possível, dedica um tempo a essas distrações. “Tenho um gosto variado. Procuro sempre manter a mente ocupada”, diz.